Cantinho do Luís Xavier
A ARTE NAS DAMAS
Edição nº1
Em Maio de 1952 veio a público uma revista (dizia-se então “magazine”), de seu nome “A Lente”, que prometia imenso. Desde logo a secção de damas tinha como “director” “O.A.L.”, que a apresentou com as seguintes palavras (em jeito de editorial): “Esta secção é dedicada a todos aqueles que, para descansar das fadigas diárias, escolhem este passatempo honesto e científico.(…) Orlando Augusto Lopes (1923-2015), o primeiro presidente da nossa F.P.Damas, como é do conhecimento geral, foi um damista ecléctico. Destaco a sua faceta de finalista.
Em tempos idos as rubricas das secções de damas com maior aceitação eram as dedicadas à arte finalística. A matéria que as compunha deliciava o apreciador do problemismo e era útil ao jogador. Portanto, todos os leitores gostavam de ver, e meditar, como se ganhava ou empatava toda a classe de posições terminais (até corriqueiras), às vezes mediante lances insuspeitados, quase parecendo “passes mágicos”. O.A.L. também, neste capítulo, deixou marca. Os “seus instantâneos” na revista Eureka, onde revelava ocorrências práticas de que tivera conhecimento; o “Pare, Pense e Jogue” que inaugurou no jornal Cidade de Tomar (uma feliz ideia a que dei continuidade no “blogue Lusodama”). Ambas as rubricas versavam finais.
O sítio da Federação Portuguesa de Damas (e dos damistas) passará a conter um espaço dedicado ao problemismo. Porém, tratando-se de um jogo, privilegiar-se-á a divulgação de finais, quer técnicos e, ou, práticos, quer artísticos (também ditos estudos). A ideia germinou durante uma conversa com Veríssimo Dias, tida em 2024, quando ele se propunha conduzir (de NOVO) os destinos da F.P.Damas. Não se estabeleceu uma data para concretizar a ideia, mas desde logo pensei avançar. Este avançar compreendia fazer uma escolha do material a publicar. A primeira preocupação, foi, de início, procurar trabalhos bonitos e não complicados; por outras palavras, finais daqueles que dão vontade de resolver, “sem castigar os miolos”!
Durante a escolha (no meu acervo de composições), topo um final que me fez recordar Mário Dinis Vaz (1924-2024).
Poderia escrever muito sobre ele… (Só lembrar que esteve ligado à Federação Portuguesa de Damas, durante muitos anos, em diversos cargos, desde a sua fundação (1980)… Que faria (situo-me no ano anterior) UM CENTENÁRIO se ainda estivesse entre nós. Pelo que explanei, vou dar primazia aos finais.

Palavras do Dinis Vaz: “Foi dedicado ao mestre Francisco Henriques na altura da sua primeira publicação, há muitos anos”. Que teria sido em 1957!
Sem dúvida um belíssimo estudo (também elogiado por Orlando A.Lopes), porventura o seu melhor, e que conheceu inúmeras republicações.

Depois de o ter elaborado (1995), ocorreu-me aqueloutro, e anotei: Observação: Com pb. da #08 na #24 é “quase” um sósia do mais publicado estudo de M.D.Vaz, que é assim (1957): (02), 19, 24 x (10), 18, 31 JBG
As soluções dos finais e estudos mostrados (sem periodicidade fixa), serão reveladas aquando da saída do trabalho seguinte.
A ARTE NAS DAMAS
Edição nº2
Veríssimo Dias voltou!
Neste segundo item, devo cumprimentar o novo presidente da
F.P.Damas. E também repetente! E a propósito, relembrar o final abaixo que lhe dediquei em 1983 (tão só há mais de 40 anos)!
Não sei, nem me lembro (pudera), porque o teria feito. Hoje sei: Uma dedicatória também repetente. Como que a recordar tempos de juventude. Quem não tem saudades dela?!

Final 1
Solução: 19-22, 18-14 (A); 22-26, 14-11; 2×15!, 10-5; 15-19, 5-2;
26-30, tema Evaristo Borges (*), GB
(A) 18-13; 22-26, 13-9; 26-29 e
-se 9-5; 2×9, 10-6; 9-27 GB
-se 10-5; 24-28!, 31×24; 29-19, 5-1; 19-32 etc.GB
-se 10-6; 2×20, 9-5 (também valia 29-19, 5-2; 20-16/30, tema Evaristo Borges, de novo, GB); 20-27 GB
Ensaio: 19-23, 18-13; 23-28, 13-9; 28-32, 9-5 e 10-6 E
(*) Este remate é visto pela primeira vez num trabalho, provavelmente fruto da observação de um jogo, como era habitual, de Evaristo Borges, em 1948 (curiosamente o ano em que M.Dinis Vaz inicia a sua enorme tarefa (dirigente de secções de damas). Daí a sua designação. Ei-lo:

Solução: 16-20 e 32-1! (a) (estes lances são intermutáveis), 9-5; 1×19, 2-9; 20-16/30 etc.GB (a) Não 32-5 por 31-27 e 2-20! e 9×2 E
Final 2
Solução: 19-22, 17-13 (A); 2-9! (B), 10-6; 9×18, 6-2; 18-14, 2-15;
14-19 para 22-26 etc.GB
(A) 31-27; 22×31, 17-13; 31×9, 10-5; 2-15, 5-1; 9-5 e 8×15 GB
(B) Falso dual: 22-26, 13-9; 26-29, 10-5 E
Devo acrescentar uma surpreendente informação: D+2P x 3P é dos finais mais trabalhados. Conheço cerca de 300 exemplares!
A ARTE NAS DAMAS
Edição nº3
Lembrando o nosso ilustre centenário!
Quando ele cumpriu o 90º ano de existência, publiquei no semanário, onde colaborava, um texto do qual destaco: “O damista mais anoso (que tem muitos anos) em actividade, é o meu
caríssimo Eduardo Castelo. Somos velhos conhecidos de há cerca de trinta anos. Pertencemos à primeira direcção da Federação Portuguesa de Damas (devo acrescentar: o seu desempenho foi longo e imensamente precioso).
Todos reconheciam ser um homem de carácter à “prova de bala”. Um cavalheiro dos antigos bons tempos. Do tempo em que a palavra e a honradez eram o melhor cartão de crédito! Sempre armado dum sorriso desarmante. E muito educado. Logo, respeitadíssimo!”
Não obstante a sua avançada idade, conservou a lucidez suficiente para perceber que um dado fim-de-jogo estava ganho!

Final 3
Solução: 9-5!, 14-11 (ou 12-7; 5×19 etc.GB como se verá); 5-2!, 12-7 (A); 2×15, 7-4; 15-29, 4-14 (se outra, p.ex. 4-11; 3-7 e 29-25, bloqueio Montero, GB); 28-32, 14-1; 29-25 etc. GB
(A) 11-7 (ou 12-7; 2×15, 7-4; 15-29 etc.GB); 2-11, 7-4 (ou 8-4; 11-
25; 4-8; 25×4 etc.GB); 11-25 etc. GB
Escrevi “bloqueio Montero”… O remate visto foi imaginado e trabalhado pelo autor clássico espanhol, Pedro Ruiz Montero (1591). Terei ocasião de voltar a ele, dado ser um remate muito “elástico” e um dos meus favoritos.
A ARTE NAS DAMAS
Edição nº4
Ainda Eduardo Castelo!
Noutra ocasião publiquei:
“O nosso particular amigo Eduardo Castelo ainda que não sendo, nem pretendendo ser compositor, de longe a longe, trazia a público algo extraído da sua vivência enquanto jogador; e se ele conta com largos milhares de jogos disputados, no decurso duma longa existência (já passa dos 90…).”
Quando alguém se “atrevia” a elogiá-lo por qualquer façanha no tabuleiro, logo compunha um ar de “humilde jogador” que apenas aproveitou um deslize do seu “forte adversário”.
Muitos tratavam-no por Castelinho (ele decerto gostava)!
Finou-se aos 101 anos (em 2018). Deixou saudades.
Recordo uma das suas “argúcias”:

Final 4
Este final foi jogado numa importante competição; o condutor das brancas deslocou a peça da #03 para a #06, e aconteceu EMPATE.
Eduardo Castelo quando viu o jogo publicado, colocando-se na posição do jogador das brancas, jogou 2-6! e DEMONSTROU o GB.
Solução: 2-6 (contrariando o intuitivo lance ocorrido) e
-se 18-14; 15-20 e 16-11 e 3×28 GB
-se 18-13; 6-10 e 3×10, 24-20; 15×24, 23-19; 24-28, 19-15; 28-31, 15-11; 16-20 etc.GB
-se 17-13; 6-10 e 3×10, 24-20; 15×24, 23-19; 24-28, 19-15 (pois 18-14; 28-32 GB); 28-31, 15-11; 31×9, 11-6/7; 9-5 etc.GB
O “avô Castelo” continuava uma águia. Durante muitos anos integrou a equipa de damas da C.G.D., tendo ganho inúmeros campeonatos do INATEL.
A ARTE NAS DAMAS
Edição nº5
Um empate composto, a jogar!
Ruaz Ramos (RR)… ainda se lembram dele? Foi um dos mais activos dirigentes da nossa Federação. Sob os auspícios da Enciclopédia Damista, dirigiu um folheto de oito páginas, durante 4 anos, onde era dada notícia da actividade da F.P.Damas. O destaque de todos os números, no total de 48, foi o “Retrato da Família”. Através dele a “Família Damista” ficou a conhecer melhor 48 dos seus membros.
Como jogador, nunca quis ser mais que um forte amador. Quando procurou entrar nos meandros do problemismo, conseguiu, pelo menos duas proezas: dois finais técnicos. Um de colaboração com Vaz Vieira, outro a solo, que é a sua coroa de glória: 3D (uma na #04)+P(#01) x D+2P(#08 e 09). Para quem se queira abalançar a resolvê-lo, fica uma dica: As brancas ganham sem promover o peão!
O título refere-se a um jogo amigável com António Russo (2015). Na fase terminal, RR poderia ter brilhado… Até poderia ter “feito” um belo final de empate, porquanto não precisava de ajeitar a posição. Ela ocorreu, como está no diagrama. Só faltava acrescentar-lhe o enunciado: Jogam brancas e empatam.

Final 5
Este final foi-me “sugerido” por um outro de E. Castelo, a saber: 01, 04, 16, (20) x (12), 24, 25, 32 JBG.
É por demais evidente com podem GB. O autor jogou-o ou viu jogar. É óbvio que aquele ataque da dp. é uma “tremenda precipitação”. Se Castelo tivesse algum traquejo de compositor (que manifestamente não quis ser), tentaria dar um jeito à ideia. Foi o que fiz.
Solução: 12-15 (em vista da ameaça 32-28 e 24-20 E), 3-12 (agora é lógico este ataque… ); 23-20! (A), 12×19; 20-15, 19×12; 8×15, 25-21; 1-5, 21-18; 5-10, 32-28; 16-20 GB
(A) 23-10, 12×5; 1×10, 25-21; 8-12, 32-28; 12-15, 28-23; 10-13, 21-17 etc.
A ARTE NAS DAMAS
Edição 6
Um finalzinho maroto
No diagrama abaixo tem-se um membro de uma vasta família. É ela D+2P x D+P. Conheço à volta de 150 exemplares.
Elaborei-o em 2007, tendo-o publicado (“rapidamente”) três anos depois.
Pretendo mostrar sobretudo material inédito, mas haverá sempre um motivo para quebrar a regra. “Rapidamente” porque grande parte das minhas composições, vieram a público muitos anos depois, mesmo décadas, de terem “nascido”.

Uma dica, ainda que desnecessária: A dp. deve ser contida. Permitir que se solte, é “decretar” o empate.
Final 6
Ruaz Ramos conduzia as brancas (Lagos, 01.07.2015. Ambos opositores no gozo de férias… período pouco propenso a grandes esforços mentais) e, sem muito pensar, jogou: 29-8, seguiu-se 18-13; 8-22, 13-9 etc.GP.
Eis como poderia ter empatado.
Solução: 7-11 (uma jogada que só se vê em “laboratório”!), 2×24; 29-22, 18-14; 22-19, 14-11; 19-15, 11-7 (A); 15-2, 7-4; 16-20, 23×16; 2-5
E
(A) 23-19; 15×22, 28-23; 22-18, 11-6; 18-14 E
A ARTE NAS DAMAS
Edição 7
Relembrando o “Pare, pense e jogue”
Eis algo do tipo “Pare, pense e jogue”, um título feliz, que se auto-explica, criado pelo doutor Orlando Augusto Lopes (1923-2015). Quem não se lembrará, do ilustre damista, mestre dos mestres? OAL, como em geral assinava as seus problemas, foi, recordo, o primeiro presidente da nossa Federação.
Há DEZ anos que se finou, deixando saudades e muitas boas
recordações, na mente de muitos, muitos damistas.

Portanto, se o resolver sem manipular a peças, isto é, calculando
apenas os lances de ataque e defesa, cumprindo o espírito daquele título… Parabéns!
Final 7
Solução: 16-7, 25-29; 7-11, 31-27 (A); 11-15, 29×12; 8×15, 27-22;
15-19 (Foi esta habilidade que me inspirou o final), 22×15; 4-7,
oposição, GB
(A) 29-25; 11-2 (um lance inócuo que surpreenderá muitos
solucionistas…), 31-27 (pois 25-14/29; 2-11/15 etc.GB); 2-11
(vaivém) e 4×11, 27-22; 11-14 GB
Aquele vaivém é um mero elemento artístico que gosto de destacar. E, em geral, é apreciado pelos problemistas. Os demais damistas também lhe acham graça!
A ARTE NAS DAMAS
Edição 8
O “azar” do peão solto
O próximo final parece “demasiado” simples. A “sorte” das brancas (ou o “azar” das opositoras), é as pretas terem um peão solto que se transformará em “traidor”. Uma dica que porventura ajudará a resolvê-lo. E como decifração secundária, identifique-se o tema.

Por vezes, em jeito de paródia, digo aos meus interlocutores, “Um dia destes, estava a brincar com as peças (entenda-se os protagonistas do jogo) e lancei-as, ao calhar, no tabuleiro… e surgiu-me este final”. (falando sério, este intróito serve para “explicar” a formação de muitos outros finais).
Final 8
Solução: 29-19, 13-9 (A); 19-14 (B), 12-7; 4×11, 9-5; 1×10, 8-4; 10-13, 4-7; 13-17 etc.GB
(A) 12-7; 4×11, 8-4; 19-10 e 1×17 GB
(B) Não 19-29 por 9-5 e 12-7 e 8-4 etc.E
A ARTE NAS DAMAS
Edição 9
Um final rico em armadilhas
Um final que me deu muito trabalho (gostoso) a compor e que também dará, por certo, trabalho (espero que também gostoso) a resolver. Fica o aviso.
As pretas precisam de realizar dois lances a fim de promover o peão avançado, e equilibrar as forças. Logo a solução equivale a responder à pergunta: Que podem fazer as brancas para lhes frustrar aquele objectivo?

Final 9
Solução: 10-17, 26-22; 17-13, 22-19; 13-10, 19-15; 10-13!, 2-9; 13-31, 9-2; 31-24! etc.GB
Partindo do princípio que efectuou todos os lances conducentes à vitória das brancas, reparou e lembrar-se-á de todos os movimentos da sua dama? Foi a única peça branca que se moveu até obter a rendição das adversárias, logo tema solitário.
A ARTE NAS DAMAS
Edição 10
Será fácil?!
Todo o interesse do seguinte final reside na meticulosa manobra da dama branca. O prático, habituado a jogar finais (e são necessários anos de apurado treino), deverá chamar-lhe um “rebuçado”. Para todos será uma “lição” a reter (atenção ao enunciado).

Final 10
Solução: 27-18, 11-6 (se 28-24; 18×7 e 7-4, oposição extrema, GB); 18-27 (vaivém), armadilha composta e passiva, 6-2 (A) (B); 27-9 e 9-2, bloqueio frontal, GB
(A) 28-24; 20-23, 6-2 (ou 6-3; 27-30 GB) (A1); 12-15 e 27-30 GB
(A1) 24-20; 23-28, 20-16; 27-13 GB
(B) 28-23 (ou 6-3; 27-30 GB); 27-13 GB
Ensaio: 20-24, 11-6 e 6-3 e, toma o peão ou apossa-se do rio, E
Dos três qualificativos apontados, dois (oposição extrema e bloqueio frontal) são de entendimento fácil. Quanto à armadilha, etc.:
a) “armadilha” por a disposição do bando branco ser de molde a eliminar o peão na iminência de se promover;
b) “composta” porque a eliminação da “futura dama preta” não é
imediata, se não seria “armadilha pura ou simples”;
c) “passiva” porquanto as brancas “precisam” que as pretas se movam para ganhar, doutro modo, seria “activa”
A ARTE NAS DAMAS
Edição 11
Tente-se resolver mentalmente
No seguinte final, as pretas precisam de realizar dois lances para aspirar ao empate. Mas aqui as brancas também precisam de imaginar um “rumo à vitória”. Conseguirão?
Para um jogador traquejado, ou com aspirações a ser, convirá tentar resolver a questão sem ter de mover as peças, isto é mentalmente!

Final 11
Solução:…,
-se 16-12; 17-3, 12-8; 3-16, 29-26; 16-30 (tema quatro cantos), 26-22 (A); 18×27, 8-4; 30-21, 24-20; 27-30, 4-8 (ou 20-15; 21-18 etc.GB); 30×16, 8-19; 16-12 e 25-29, tema triquetraque, GB
-se 24-20; 17-3, 20-15; 3-7, 15-12; 7-4, 12-8; 18-22, 16-12; 22-27, 12-7; 4×18, 8-4/29-26; 27-30 GB
(A) 24-20; 30×17, 20-15; 17-3, 15-11; 25-29, 8-4; 3-7, 11-6; 29-25 GB
Passo a decifrar os qualificativos empregues.
Tema quatro cantos (designação inventada por mim recentemente, quando descobri outras composições com a mesma particularidade; note-se que a dama fez de começo este percurso: 17-3-16-30 etc. É visível que “pisou” as quatro esquinas do circuito marginal [03—16—30—17].
Quanto ao “triquetraque”, é a tradução livre das damas francesas, de certos bloqueios que ocorrem nas “nossas paralelas”. Ou seja, cada caçada duma dama preta no circuito transversal (ex. visto, ou, outro exemplo: (04), 22 x (25) e afins), leva o rótulo de tema triquetraque.
A ARTE NAS DAMAS
Edição 12
Tutankámon era damista?!
Desconfie-se sempre… em especial dos finais que aparentam estar ganhos “nas calmas”! É o caso: As brancas em dois pulos do peão avançado obtêm uma segunda dama, o resto é rotina de finalista. Será? Não teria sido um mago (porventura do Antigo Egipto) a inventar o jogo das damas (segundo algumas fontes)?
É sabido que o corpo do faraó Tutankámon foi depositado na sua
residência fúnebre com vários conjuntos de um jogo egípcio chamado senet, que os historiadores presumem tratar-se do mais remoto ancestral do nosso jogo de damas.

De notar ainda que o final apresenta-se em simetria.
Final 12
Solução: 18-22!, 12-7; 17-21, 7-3 (ou 7-4; 21-25 etc.GB); 22-26, 3×10/13 (ou 3×17; 26-29 GB); 21-17/25 GB
Ensaio: 17-21, 30-26! e 12-7 etc.E
Uma nota: “Ensaio” significa, “tentativa de ganho” alternativa à solução. E é algo que valoriza a composição. Neste caso pode parecer que rompendo as hostilidades com 18-22 ou 17-21 iria dar ao mesmo… seria se, em ambos os casos, as pretas jogassem o intuitivo 12-7.
A ARTE NAS DAMAS
Edição 13
Mais dois “Pare, pense e jogue”
Para compensar a “trabalheira” que porventura se tenha tido a resolver o exemplo anterior, aqui fica um muito (ou na aparência) fácil. O segundo afigura-se de “claro empate”. Qualquer tentativa de eliminar o pp. concede, à dama preta, tempo para tomar a linha paralela inferior (04—25) e impor empate técnico. Mas nem todos os prognósticos são certeiros…

Final 13
Solução: 23-28, 4-8; 25-29! (A), 8-4; 28-32, 4-21; 32-28, 21-7 (se
21-17; 6-11 etc.GB); 28-1, 7-21; 29-12, 21-30 (B); 6-11, 30-20;
12-15, 20-24; 1-5, 24-31 (C); 15-8, 31-27; 11-15 etc.GB
(A) 28-32, 8-15; 25-11, 13-10! e 10×3 E
(B) 21-4/25; 12-22, 13-9; 22-8/29 etc.GB
(C) 13-9; 5-1, 24-31; 11-14 etc.GB
